Uma aventura que começou despretensiosa e foi me conquistando a cada novo passo, sempre via Kena: Bridge of Spirits como um jogo indie sem muito apelo, algo parecido com Overlord ou Pikmin, o que se mostrou ser bem diferente do esperado, o jogo esta mais para um Double A que para um indie, e os bichinho que nos acompanham, os Rot, são bem mais limitados em sua mecânica que os dos jogos citados, mas isso esta longe de ser algo ruim se encaixa mais na própria identidade do jogo.
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Kena é uma guia espiritual, que chega em uma vila que esta com varias partes corrompidas por uma força maligna, seu objetivo é simples, purificar essas parte encontrar e libertar espíritos furiosos presos nesses locais, como ela faz isso? Da melhor forma possível, na base da porrada. Conforme vai progredindo o jogador vai descobrindo o que gerou todo esse corrompimento no vilarejo, enquanto encontra os Rot, espíritos fofos e zoiudos da floresta, que vão te auxiliar em vários pontos da aventura, carregando objetos pesados, auxiliando nas batalhas ou purificando áreas corrompidas. Não vou me aprofundar mais na história para evitar spoilers, ela cumpre bem seu papel, te deixando interessado e curioso conforme os eventos vão se revelando.
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Ao melhor estilo Zelda, Kena bebe de varias formulas, exploração de Zelda, com um mapa que não te deixa encalhado nenhuma vez e mesmo que sentir dificuldade tem uma mascara que indica o caminho, animações da Pixar, progressão padrão com um grid simples, e batalhas ao melhor estilo Souls like com Horizon, sim ele é um jogo bem desafiador, e espere morrer bastante (eu pelo menos morri bastante), mas esta ai a magia por de trás de Kena, ela também lembra Megaman, em que se vai aprendendo como os chefes funcionam e a melhor forma de agir, e isso é muito recompensador, e esta aqui o ponto mais forte do jogo, muitos chefes e muito bem criados, ouso dizer que me lembrou um pouco Shadow of Collossus a primeira vez que se joga e vai se descobrindo como derrotar os colosso, quando chegamos em um novo inimigo ele parece impossível de passar, mas não pense que porque aprendeu ele fica fácil, longe disso, aprendeu da pra passar e muitas vezes se passa no limite, destaques para o primeiro que mostra como o jogo vai ser, o chefe que voa na floresta e o chefão final, mas todos são incríveis e mostram a capacidade da desenvolvedora em criar muitos inimigos criativos. A evolução da personagem acontece por áreas em que se pode meditar e aumenta um pouco a barra de vida (estiro corações de Zelda ou as termas de Ghost of tsushima), e um pequeno grid de habilidade que se compra com pontos ganhos durantes as lutas, e que fazem diferença nas lutas, por varias vezes eu esquecia de comprar habilidades novas e sentia muita dificuldade, entrava no menu e tinha pontos pra compra 2 ou 3 novas que ajudavam muito na batalha, os Rots também vão aumentando conforme vamos encontrando eles escondidos pelo cenário, mas não senti nenhuma diferença de poder em acumulá-los.
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O jogo é uma animação da Disney/Pixar jogável, ele não tem os melhores gráficos já feitos, mas o estilo visual e animações chamam atenção, tudo muito bem construído e muito bem animado não só nas CGs, por isso não consigo enquadra-lo como indie, ele tem aquela simplicidade de um indie, mas nas batalhas e animações ele tem o algo mais que só um jogo grande poderia oferecer, achei que depois de The last of us 2 o motion capture tinha alcançado o limite, me enganei, aqui achei uma das melhores mocap em jogos, me fez acreditar que os bichos podiam existir, e isso é muito bom pra imersão, a dublagem é muito boa (em inglês, não tem português, somente legenda), e tudo isso se dá pela Embers Lab ser antes um estúdio de animações, a história de Kena era pra ter sido um filme animado, encontraram apoio da Sony para criação de um jogo, numa pesquisa breve pela wiki eles querem mais, levar o jogo para mais plataformas, continuações que podem ser tanto jogos quanto animações, o que eu apoio, esse jogo teve pontas soltas, a historia se passa em resolver os problemas da vila, ou seja uma missão, as historia da própria Kena não é contada, essa expansão tem muito potencial pra agradar muito mais pessoas. As musicas são um show a parte, todas com uma pegada tribal, com batuques e flautas, e algumas cantadas, destaque para a música dos espíritos e as musicas dos chefes, as vozes são boas, e os sons ambiente cumprem bem seu papel.
Jogo muito bem acabado, como sempre menciono quando o jogo tem bugs ou não, ele ganha pelo quase não ter problemas, tive um pequeno probleminha na parte final onde eu apertava o botão de aura/defesa e a Kena travava, provável que bugou pelo tanto de vezes que morri, e resolveu sozinho sem precisar de reset, eu nem considero tendo em vista mais de 14 horas jogadas na Twitch (quiser conferir, segue lá Leosenin1). Agora no desenvolvimento da aventura, ele é um jogo muito simples, não tem quebra cabeças realmente complexos, no geral é achar onde se sobe, descobrir como se faz e ir, senti falta do mundo me desafiar assim como as batalhas, outro ponto é o dinheiro do jogo que não se compra nada alem de chapéus para os Rot. Lindo e muito bem acabado Kena: Bridge of Spirits é uma aventura agradável com batalhas épicas e desafiadoras, que me pegou de surpresa pois esperava mais um hack slash genérico e encontrei uma joia rara, se curte um desafio não se engane pelos bichos fofinhos, vá logo ajudar Kena a libertar a vila do mal e trazer paz para os espíritos.
Jogado no PC
Duração: +14 horas
Campanha completa na dificuldade normal
Jogo adquirido por mim
Nota: 90
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